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8 de setembro de 2009

E daí???

Existo, sou um objeto do destino,
Um acaso flutuante no universo,
Um desvio cósmico perturbando,
Debatendo nas caatingas e vias,
Nos becos fedidos copulando...
Coagulando hemácias no ralo,
Relinchando aos quatro cantos
As mesmas irrisórias pataquaras.
Vivendo em vão no porão amargo,
Sorvendo o pressàgio do caos.
Aguardando o nada efetivo de ser
O expurgo de tudo que solidifiquei.
Minhas alegorias, riscos rupestres,
Anseios terrestres infinitesimais.
Não mais terei, não mais me verão.
Não é a morte, é a banalidade em si.
Tudo que fabriquei não vai existir,
Nem o que falei e nem o que senti.
Meus projetos inacabados assim,
Não haverá ninguém pra reconstruir.
Tudo se resumirá no apocalíptico
Decurso do universo cosmo-caótico.
Vivendo pelo que não terá porvir,
Amando sem sentido o engano divino.
Dizem que não sei o quê sobre a carne,
Sobre a alma, sobre a eternidade...
Sobretudo sobre deus e sua divindade.
O mundo não somos nós, somos insetos
Parasitando nos buracos do espaço.
Associo... Financio... Contribuo... Agradeço...
Escrevo... Suo... Vicio-me... Corto o cabelo.
Estudei... Amei... Trabalhei... Chorei... Amei...
Arrependi... Confiei... Venci... E daí... E daí...
Joguei bola... Fundei partido... Ganhei dinheiro...
Namorei beldades... Dragões... Estou cansado.
Cansei do politicamente correto e agora pequeno
Mundinho de vermes insensatos de ninguém...
Não acompanharemos a galáxia no seu passeio.
Não vingaremos de uma arca acolhedora...
Por que eu vim, por que você veio não sei.
Despi de meus compromissos com o futuro.
Estou aqui obrigado de certa forma a ser...
Mas de hoje doravante passo pelo mundo...
Com passos calmos sem pressa de morrer.

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